Franklin diz que terminal de ônibus é 'política antiquada' e promete concurso para a saúde, em São Luís
Candidato do PSOL também falou sobre meio ambiente, cultura, passe livre estudantil, dentre outros temas. Confira a entrevista na íntegra. Franklin Douglas, ...
Candidato do PSOL também falou sobre meio ambiente, cultura, passe livre estudantil, dentre outros temas. Confira a entrevista na íntegra. Franklin Douglas, em entrevista ao Bom Dia Mirante Reprodução/TV Mirante O Bom Dia Mirante realiza entrevistas com os candidatos à Prefeitura de São Luís. Nesta segunda-feira (9), o entrevistado foi Franklin Douglas, do PSOL, que tem o apoio da Rede Sustentabilidade. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Maranhão no WhatsApp Franklin tem 51 anos e é formado em Jornalismo e em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ele possui mestrado e doutorado em Políticas Públicas e integra o grupo de pesquisa Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais. Essa é a segunda vez que Franklin é candidato à Prefeitura de São Luís. Durante a entrevista a Clóvis Calabau, Vanessa Fonseca e Carla Lima, o candidato falou sobre saúde, educação, transporte, dentre outros temas. Confira abaixo a entrevista em vídeo e em texto: Franklin Douglas, candidato a prefeito de São Luís, é entrevistado no Bom Dia Mirante Pergunta: No seu plano de governo, o senhor tem cinco eixos, são cinco prioridades, não são cinco eixos, cinco prioridades e uma delas é o transporte público. A gente sabe das deficiências que existem. Tem como resolver o problema do transporte em São Luís? - Tem como. Com participação popular, com passe livre estudantil. Eu sou candidato, sobretudo, para garantir um palanque eletrônico à campanha do 1. Você, eleitor, eleitora, vai ter três votos nessa eleição: voto para prefeito, peço voto no 50, no Franklin; voto para o vereador, peço voto aos vereadores da Rede/PSOL; e vai votar no plebiscito inédito, coisa que só vai acontecer em São Luís do Maranhão discutindo uma política pública sobre transportes. Os estudantes devem ou não ter gratuidade no transporte. Nós defendemos que sim, e para todos os estudantes. No transporte, além do passe livre estudantil, é preciso a gente reformar todo o sistema de maneira a mudar de passageiro carregado para quilômetro rodado. Com isso a gente aluga os ônibus e obriga de fato as empresas a estar circulando o ônibus o tempo todo. Corredor de transporte ligando Maiobão, Forquilha, Anil, João Paulo, Anel Viário. Um efetivo corredor de transporte para a cidade. Tornar pública a planilha de transporte. Ninguém sabe, acho que nem o prefeito Braide sabe. Por que? Porque todos os prefeitos que se elegem alugam a Secretaria Municipal de Transporte para os empresários, que apenas visam lucro e não as políticas públicas para o transporte. Por fim, é possível aumentar de uma para quatro horas o bilhete único e com isso de fato a gente melhorar a situação do transporte, além de reformar as 3.373 paradas de ônibus que são verdadeiros sufocos, não protegem de chuva, não protegem do sol. Dá para fazer muito pelo transporte. Pergunta: Como o senhor vai lidar com a questão da dupla função de motorista no transporte, que é uma reivindicação dos rodoviários e também entrar na questão da segurança, que é efetivamente uma responsabilidade do Estado, mas a Prefeitura também tem sua parcela. Como contribuir, como agir para que haja mais segurança? A questão dos terminais de integração, que a gente sabe que é bastante inseguro. - Terminal é uma política antiquada. Eu não vou refazer terminais. O candidato que promete transformar shopping, centros, serviços, etc., é equívoco. O terminal tem que ser o próprio usuário. Por isso a ideia de aumentar para 4 horas o bilhete único que ele pode pegar ônibus em qualquer lugar, desde que esteja dentro das quatro horas. Funciona em São Paulo, dá pra funcionar em São Luís. E daí não há necessidade de gastar recursos com terminais nem os que foram permitidos pelo atual prefeito não foram feitos e nem inventar uma pirotecnia de transformá-lo em shopping center. Não é essa a saída para o transporte da cidade, para o transporte de massa. Segurança: videomonitoramento. Meus alunos da UFMA já sabem o horário que são assaltados quando estão pegando ônibus para a UFMA. Como é que os alunos da UFMA sabem horário do assalto e levam o ‘celular do roubo’ e o celular que usa efetivamente, e a segurança do Estado, do município não sabe? Conversei com os sindicatos dos trabalhadores. Renegociar é impossível… uma carga horária de 7 horas e 20 minutos para a qualidade dos motoristas. Dá para refazer isso também. Pergunta: E a dupla função? - E a dupla função, que é outro equívoco feito com base em buscar somente o lucro. Pergunta: Candidato, outro ponto que o senhor destaca como prioridade é a saúde. A saúde, o ex-secretário de saúde municipal, que foi secretário até abril, disse que faltam recursos, que o recurso que tem não tem condições de manter o sistema municipal de saúde. Eu lhe pergunto, como fazer? O senhor sabe dos recursos que tem, como resolver problemas como fila, questão do Socorrão I, Socorrão II? - Não faltam recursos para a saúde. Está sobrando 1,3 milhão nos porta-malas dos clios vermelhos da cidade. O que tem que haver é a fiscalização do recurso público. O ponto de partida para a saúde em São Luís, é fazer concurso público. O Braide não pode prometer concurso público. Ele está há quatro anos e não chamou nenhum concurso público para a saúde. O Duarte não pode chamar concurso público. Está há anos e não fez concurso público. O último concurso público na Prefeitura foi em 2013. O último concurso público no Estado foi em 1990. Partir do concurso público é garantir que o enfermeiro, por exemplo, dentre os diversos profissionais, não viva uma vida de louco. Ao invés de ter um plantão e folgar dois para poder ter uma qualidade de vida, ele vira plantão atrás de plantão. Enfermeiro, enfermeira, para poder ter o mínimo para pagar suas contas. Isso não pode acontecer. Um novo plano de cargos e salários, universalizar a estratégia saúde da família… É isso que é o que é eficiente. São 812 agentes comunitários de saúde, dá para aumentar em mais de 1.200. O custo é mínimo. É um salário mínimo em meio cada agente comunitário de saúde. O impacto nas contas tem mais de 1 bilhão na área da saúde para a gente administrar. Do ponto de vista do investimento e do retorno, é muito mais compensador do que você apostar em hospitais, como já estão prometendo um hospital Socorrão III. Outro equívoco. Pergunta: Candidato, no seu plano de governo, há uma proposta de plano municipal de educação. Só que a gente tem que considerar que temos problemas como falta de vagas nas escolas, escolas em péssima estrutura, entre outros. Como é que o senhor pretende conversar com professores, pais, com toda a comunidade escolar, visto que há problemas urgentes para serem resolvidos? - De imediato, reformar 261 escolas e quase 70 anexos que tem na estrutura municipal. Nos primeiros 100 dias, se você conferir nas redes sociais, na Justiça Eleitoral, minhas redes sociais é ‘Oi Franklin’, em todos os locais, Instagram, etc. Você vai ver lá o que fazer em 100 dias. Eu digo, eu sou o único que apresentou os 100 dias e eu sei o que fazer com o voto do eleitor. Na educação, fazer 5 frentes de trabalho, nas cinco subprefeituras que estou propondo criar, e nela contratar a mão de obra local, eletricista, pedreiro, mecânico, o pessoal do bairro que está desempregado e trazer em forma de mutirão. Sou professor da área de Direito Administrativo, sei como resolver isso sem prejudicar o direito trabalhista do empregado e sem comprometer as contas do empregador, no caso da Prefeitura, e fazer com o mutirão. A partir do mutirão, reformar 261 escolas, colocar teto solar… com a energia solar, eu economizo o dinheiro da energia, eu posso botar uma torre de celular para disponibilizar o wi-fi nessa escola e transformá-la numa escola conectada. Com isso, fazendo ela ser um convívio dentro do município, dentro da área, do bairro. Trazer os professores. A minha campanha tem sido tão importante, que de tanto falar que tem que fazer concurso público para a educação, tem que fazer concurso público para a saúde, o atual prefeito lançou ‘edital faz de conta’ para fazer concurso. É insuficiente, não dialoga com o Sindicato da Educação. Eu vou dialogar com professores, vou dialogar com alunos e propor uma nova educação para a nossa cidade. Pergunta: O senhor propõe uma participação popular na gestão da cultura que está conectada com a educação. Na prática, como isso vai funcionar? Como fazer o discurso se transformar em prática, candidato? - Trazendo os artistas, trazendo os fazedores de cultura para a gente reorganizar o carnaval, recuperar o Carnaval da Madre Deus, Carnaval de rua, recuperar a Via Sacra, apoiar intensamente área Itaqui-Bacanga, mas também a dos outros bairros… recuperar o arraial popular, que é onde as pessoas brincam efetivamente com segurança no bairro, organizar sobretudo as cantatas natalinas e fazer do aniversário de São Luís não uma megafesta, que é bom, a gente vai e participa, a população bebe e se encanta, mas nos outros 364 dias do ano não tem cultura. Fazer um plano de cultura é, sobretudo, investir nos primeiros 100 dias a organização disso, para que nos próximos quatro anos a gente tenha uma cultura de fato… escola do audiovisual, apoio às diversas manifestações, e com isso a gente dá uma nova dimensão da cultura, sobretudo como geração de emprego e renda. Pergunta: Sobre os parques ambientais, o senhor promete 10. Onde estarão, tem recurso para isso, tem condições? Volto a dizer: tem recurso, está faltando as propinas dos clios pela cidade. Então acabar com a corrupção significa ampliar os recursos. Na área do meio ambiente, 48 toneladas de dióxido de enxofre são lançados no nosso ar todos os dias pelo Distrito Industrial, Vale, Eneva, Alumar. É preciso primeiro revisar as licenças ambientais, botar o monitoramento para funcionar, fazer o conselho e a conferência, plantar um milhão de árvores. Eu vi em Bogotá, visitei, vi a experiência dar certo. Plantando um milhão de árvores, dá para trazer euros e com euros investir em mais meio ambiente para a cidade. Pergunta: Candidato, o senhor tem 30 segundos para as considerações finais. - Meu querido, minha querida, querem amarrar o teu voto, querem acorrentar o teu voto entre o ruim e o menos pior. Não caia nessa falsa polarização. Nós queremos apresentar o melhor para a cidade, e o que eu te digo é: analise de forma crítica. O critério da verdade é a prática. O que não fez em 4 anos, o que o outro não fez em 8 anos, como vai te prometer agora? Pense antes de votar e, sobretudo, pense nas pessoas que precisam de transporte público gratuito. Eu peço o teu voto para o 1, para o Sim no plebiscito do Partido Livre Estudantil e Franklin, 50.